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5 principais transtornos mentais que afligem o profissional contábil
O ambiente e a rotina profissional contribuem para que o contador desenvolva doenças mentais. Entenda
Planilhas, documentos, folhas de pagamentos, prazos apertados, cobranças dos contratantes e tensão ante a constante possibilidade de ter as informações prestadas confrontadas pela Receita Federal.
Por trás de tudo isso está o contador, profissional que ocupa as primeiras colocações nos rankings dos segmentos com maior nível de estresse.
Tido como um dos males da pós-modernidade, o estresse pode assolar o trabalhador de qualquer área, mas, inegavelmente, aqueles que lidam diretamente com as contas de uma pessoa física ou jurídica e são responsáveis pelos balanços, fechamentos e relatórios tornam-se os mais atingidos.
Tudo isso combinado com o aumento das obrigações e a obrigatoriedade de adaptação às novas exigências fiscais e ferramentas tecnológicas agrava ainda mais esse “gatilho” para o aparecimento de outras doenças.
Veja a seguir as cinco doenças mentais que mais atingem os profissionais de contabilidade.
Doenças mentais relacionadas ao profissional contábil
1. Depressão
Com cerca de 12 milhões de brasileiros diagnosticados com depressão, não é de se admirar que uma parcela considerável dos profissionais que sofrem com doenças mentais relacionadas ao trabalho precisem lidar com o transtorno.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país da América Latina com os maiores índices de depressão na população. Cerca de 10% da população têm a doença.
Além disso, os transtornos mentais já estão entre os principais motivadores do afastamento do trabalho, com a depressão sendo uma das líderes neste quesito. Nos profissionais contábeis não é inegável o impacto do excesso de tarefas, da cobrança exagerada dos superiores, cumprir prazos e metas e do assédio moral como causadores da depressão no trabalho.
2. Estresse ocupacional
Além da depressão, a quantidade exagerada de demandas para equipes cada vez mais enxutas provoca o chamado estresse ocupacional, mais uma doença mental relacionada à contabilidade. A sua incidência é infinitamente maior do que a depressão nas empresas.
A ideia de que a tecnologia tornaria a vida profissional mais simples, fácil e ágil e, assim, deixaria as pessoas mais tranquilas para executarem suas tarefas não se provou totalmente verdadeira. Embora os índices de produtividade tenham aumentado nos últimos anos, o acesso às ferramentas de trabalho em qualquer hora e lugar também vêm impactando a vida pessoal e a saúde mental dos profissionais contábeis.
Ter celulares, notebooks e tablets disponíveis mesmo em momentos de lazer também tornou mais fácil ser encontrado por chefes, clientes e colegas. A consequência disso é uma maior ansiedade e senso de urgência em resolver pendências, mesmo em horários que deveriam ser de folga e relaxamento.
3. Síndrome de Burnout
Outra doença decorrente do excesso de trabalho e das cobranças em excesso é a Síndrome de Burnout. Quando os níveis de estresse ocupacional se tornam muito grandes, os contadores ficam exaustos mentalmente e fisicamente.
Assim surge o Burnout, que é justamente essa sensação de estar completamente exaurido e incapacitado para realizar qualquer atividade profissional, já que o estresse se torna crônico.
Ambientes altamente competitivos associados a excessos no dia a dia de trabalho e a colaboradores ansiosos são sinais de que a Síndrome de Burnout pode se tornar uma realidade na vida de qualquer pessoa. Estima-se que essa doença mental já atinge 20 milhões de trabalhadores no Brasil, ou um em cada cinco profissionais. Os contábeis estão entre os mais acometidos.
4. Ansiedade
A ansiedade geralmente está associada à depressão e, como qualquer doença mental, precisa ser investigada de forma individual. Há uma série de razões pelas quais uma pessoa pode passar a ter um Transtorno de Ansiedade, porém não se pode negar o impacto que um ambiente de trabalho tóxico possa ter para que a condição se manifeste.
No total, 9,3% da população brasileira sofre de ansiedade, um problema bem mais impactante entre as mulheres: 7,7% delas são ansiosas, ante a 3,6% dos homens. Quando se fala em ansiedade para os profissionais contábeis, as causas podem ser prazos curtos, metas inatingíveis e a necessidade constante de demonstrar resultados.
5. Síndrome do Pânico
Um nível acima da ansiedade, a Síndrome do Pânico provoca crises agudas e inesperadas. Elas se misturam sentimentos de desespero e medo e pode se associar a sintomas físicos, como falta de ar e dor no peito. Muitas vezes, confunde-se com um ataque cardíaco.
Embora tenha fatores genéticos envolvidos, o pânico também pode surgir em função de situações de trabalho que se repetem. Podem acumular situações de ansiedade e estresse ocupacional constantes.
O aumento de jornadas exaustivas, imposição de metas abusivas, falta de reconhecimento e autonomia no ambiente de trabalho são algumas das possíveis causas de tantos casos de Síndrome de Pânico entre os profissionais contábeis.
O papel das empresas
Para contribuir na tarefa de proporcionar mais saúde e segurança para os funcionários, as empresas podem utilizar estratégias que diminuam o estresse e a pressão.
Geralmente programas que melhorem a qualidade de vida no ambiente de trabalho ajudam, bem como, a melhora do espaço físico e emocional. O reconhecimento dos profissionais, bem como campanhas motivacionais são excelentes atitudes a se tomar.
É papel de toda empresa cuidar da saúde mental de seus funcionários, proporcionando informações, cultura, lazer, dentre outros.